domingo, 22 de maio de 2011

O Resultado da Persistência: transcrição do editorial da ed. 43 do JFD sobre o projeto I Prêmio Cultura da Dança de Salão

Por Leonor Costa, editora do
Jornal Falando de Dança
Para alguns o tema pode está ficando enfadonho, mas voltamos a ele: os duzentos anos da introdução do ensino da dança de salão no Brasil.

Desde final de 2009 vimos insistindo na defesa do anúncio de 1811, publicado na Gazeta do Rio de Janeiro pelo professor de dança Luis Lacombe, como o marco zero da dança de salão no Brasil, posto que foi o primeiro registro de que se tem notícias de anúncio de danças de salão (até então privilégio da nobreza) para o público em geral. Foi com base em cópia do anúncio de Lacombe, entregue por Antônio Aragão ao então presidente da comissão de cultura da Alerj, deputado Alessandro Molon, que este apresentou o que se tornaria a Lei 5880/2010, declarando a dança de salão patrimônio cultural imaterial do estado do Rio de Janeiro.

Igualmente calcado nesse documento oficial é que Antônio Aragão, João Batista, Leonor Costa, Taíssa Dallarosa e Valdeci de Souza formaram o grupo de trabalho que resultou no projeto cultural I Prêmio Cultura da Dança de Salão, contemplado pela Chamada Pública 019/2010 (edital) da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro.

Essa conquista muito nos orgulha, assim como a iniciativa de alguns profissionais de dança de atenderem à nossa campanha pela comemoração do bicentenário, promovendo, eles próprios, eventos ligados ao tema, como foi o aniversário da Amazonas Dance, em Niterói, e como será o baile de Ângela Abreu programado para o dia 20 de julho. Sem dúvida, isso é resultado de muita perseverança. Contra informações errôneas a respeito do primeiro professor de dança de salão no Brasil (que muitos, apesar de nossas advertências, ainda creditam à Madame Poças Leitão, professora de etiqueta e dança da década de 1910, estabelecida em São Paulo). Contra questionamentos feitos por outras mídias, a respeito de dados históricos sobre a dança de salão carioca.

Mas essas poucas iniciativas não bastarão para romper paradigmas e dar o destaque que a ocasião merece, junto ao grande público. Precisamos de muito mais. Precisamos de engajamento por parte dos amantes dessa arte. A partir de maio haverá um link no site do JFD específico para os 200 anos da dança de salão, assim como uma página eletrônica que está sendo criada para o Prêmio Cultura. Conclamamos todos para que divulguem tais links em seus sites pessoais ou profissionais e repassem o release que receberão sobre as comemorações do bicentenário. Claro que não esperamos uma unanimidade em torno do assunto. Mas esperamos a prática da crítica construtiva e o respeito profissional e pessoal por parte de todos.

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